Turismo de memória: conheça o circuito da Pequena África
A Pequena África, nome dado pelo sambista Heitor dos Prazeres (1898–1966), é o berço da história negra no Rio de Janeiro. Localizada na Zona Portuária da cidade, a região foi a porta de entrada de negros escravizados vindos de países africanos e, hoje, recebe visitantes de diferentes partes do mundo.
História
A região da Zona Portuária, como mencionamos anteriormente, foi a porta de entrada de negros africanos em situação de escravidão no Rio de Janeiro. O Cais do Valongo, reconhecido como Patrimônio da Humanidade desde 2017, foi o principal ponto de desembarque entre 1811 e 1831.
FOTO: Canva
Base da economia colonial, os escravizados foram trazidos para o Brasil para trabalhar, a princípio, nas grandes fazendas produtoras de cana-de-açúcar. Essa mão de obra também foi direcionada para outras atividades, como a mineração e os serviços domésticos.
É importante abordarmos as condições de vida às quais esse grupo foi submetido. As jornadas de trabalho impunham situações extremas que, muitas vezes, encurtavam os anos de vida dos negros.
O abuso e a violência, por meio de castigos físicos, eram frequentemente utilizados como forma de dominação pelos donos de terra sobre os trabalhadores escravizados. Aqueles que conseguiam fugir eram acolhidos por comunidades negras chamadas quilombos.
Com o passar do tempo, o movimento negro passou a se articular com diversas ações pela libertação. Um dos grandes nomes dessa resistência foi Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares.
A Lei Áurea, encerrou oficialmente o período escravagista no Brasil. Apesar da lei, a população negra segue lutando por seu espaço, contra o preconceito e a desigualdade social — heranças da colonização europeia.
FOTO: RioTur
Afro-turismo
A Pequena África abrange os bairros da Saúde, Gamboa e Santo Cristo. A região conta com diversos espaços de cultura, restaurantes e muita história.
A Pineapples, em parceria com o professor e guia de turismo Flávio Henrique Cardoso, do projeto Negrociando História, oferece um tour guiado pela região que visa ao reconhecimento da história negra, ensinando aquilo que não está nos livros escolares, sob o ponto de vista da população negra.
O passeio
Intitulado Oficina Pedagógica História Negra Brasileira – aquela que os livros não contam, o roteiro inclui:
- Praça Mauá
- Largo São Francisco da Prainha
- Pedra do Sal
- Cais do Valongo
- Docas André Rebouças
- Jardim Suspenso do Valongo
- Praça da Harmonia
- Instituto Pretos Novos
Visitação
Em 2023, a região recebeu 526 mil turistas, superando atrações tradicionais como o Pão de Açúcar (378 mil visitantes) e o Cristo Redentor (273 mil visitantes).
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